Caso Lael: advogado foi executado na Zona Sul de Aracaju ao sair para comprar um lanche a pedido da esposa, que informou os executores, diz a polícia

 

A Polícia Civil apresentou na manhã desta quarta-feira (13), os detalhes sobre a investigação que resultou na prisão da cirurgiã plástica Daniele Barreto por envolvimento no assassinato do marido dela, o advogado criminalista José Lael de Souza Rodrigues Júnior, 42. De acordo com as investigações, o advogado e o filho dele saíram na noite do crime, no dia 18 de outubro, até uma lanchonete para comprar açaí, a pedido da mulher. Ela teria informado a localização deles aos executores.

A motivação para o crime, segundo a polícia, é passional. O casal já tinha sinalizado várias vezes princípios de separação, mas que não se consolidava por questões financeiras, relacionadas ao grande patrimônio. Outro fator seria a desconfiança do advogado sobre um relacionamento extraconjugal da esposa com uma amiga dela. Inicialmente, a polícia investigou que o crime poderia ter relação com a clientela do advogado, que pertencia ao crime organizado, mas a suspeita foi descartada.


Pouco antes do crime, o carro dele foi seguido por uma motocicleta e por um carro, que teria sido alugado pela amiga dela. Ele e o filho foram baleados. O adolescente dirigiu o carro até um hospital particular, mas o pai já estava morto. Ele foi socorrido e, atualmente, passa bem.

No dia 17 de outubro, noite anterior ao crime, o advogado teria criado uma emboscada no prédio onde a esposa tinha uma clínica e flagrado ela com a amiga.

“Ele tinha ciúmes da esposa com a amiga. Ao vê-la chegar no veículo utilizada por essa amiga, ele a surpreendeu e teve uma desavença entre eles”, disse a delegada Juliana Alcoforado.

Segundo pessoas próximas à família, o casal estava junto há pelo menos 10 anos e teve um filho.

O crime encomendado

Segundo a polícia, imagens de câmeras de segurança mostram que a médica Daniele Barreto e a amiga dela estiveram algumas vezes no Bairro Santa Maria, em Aracaju, para encomendar o crime. Um morador do bairro e outro homem ligado a ele, que está foragido, teriam executado o assassinato.

Após o crime, outras imagens mostram a amiga e a secretária da médica saindo do carro dos suspeitos.

Além da médica, foram presos uma secretária e uma amiga da médica, suspeitas de planejarem o crime, e quatro homens, suspeitos de envolvimento na execução o crime.

A médica passou por audiência de custódia na manhã desta quarta-feira e Justiça decidiu pela manutenção da prisão.

O Conselho Regional de Medicina de Sergipe informou que não vai se pronunciar sobre o assunto, por se tratar de algo referente à vida privada. Já a Ordem dos Advogados do Brasil em Sergipe (OAB/SE) informou que está acompanhando de perto as investigações.


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