Ele esteve com o presidente há duas semanas, no dia 15 de março. Na ocasião, Malafaia, Bolsonaro e outros pastores gravaram um vídeo para convocar “todo o povo de Deus” a fazer um “jejum em favor da nação brasileira”.
Será um jejum de meia-noite a meio-dia com abstinência de qualquer alimento e água –com lastro bíblico, o hábito é praxe entre evangélicos. Malafaia voltaria com a comitiva pastoral na segunda para orar com Bolsonaro.
A pastora Elizete Malafaia também contraiu o coronavírus, mas, segundo o marido, já se recuperou. “Minha esposa já saiu da Covid-19. Eu que ainda estou, devo estar nos últimos dias com esta tralha”, diz à Folha. Ele fez um teste que ainda deu positivo para a presença do vírus em seu organismo.
“Tem que pegar, né? A gente lida com pessoas, com seres humanos”, diz Elizete. “Fui assintomática, graças a Deus. Vambora para frente, que a vida continuar, e Deus tem muito a fazer.”
Segundo Malafaia, o casal está bem. Ele conta que desde setembro toma ivermectina, medicação sem eficácia comprovada para o tratamento da enfermidade, além das vitaminas D e K12. “Esses troços que amenizam o impacto da Covid. Como o pessoal fala, é um preventivo para aliviar o impacto dessa tralha.”
“Nunca neguei remédio, pelo contrário”, afirma o pastor. “Se for buscar vídeos meus lá de trás, digo o que Jesus falou: que os sãos não precisam de médicos, mas os doentes. Eu não sou pastor que negue o poder da medicina. A minha grande questão é o que estamos vendo aí, o que o lockdown contribui. Não existe saúde com economia destruída, essa que é a minha questão.”
Endossando o discurso bolsonarista, Malafaia critica a quarentena rígida por achar que as sequelas econômicas não compensam. “Quer dizer que comerciante que mantém um número limitado [de clientes no estabelecimento] não pode abrir? Não vou entender isso nunca. Continuo com as mesmas posições.”
Defensor de templos abertos na pandemia por considerá-los um necessário socorro espiritual, o pastor diz que não saber onde pode ter pego o vírus. “Não sei se na igreja, em culto. Mandei o pessoal anunciar e tudo. Devo ter pego das transmissões”, diz ele, que grava programas e pregações.
Malafaia conta que, assim que descobriu estar contaminado, manteve o isolamento social. “Sempre falo na igreja: ‘Meu irmão, se você estiver tossindo, com febre, espirrando, espere para fazer o exame. Na minha igreja, na porta, minha filha, tem medidor de temperatura. Só entra com máscara e álcool em gel, não dou moleza para isso, não.”
Só se fosse “um inconsequente tolo de passar para as pessoas” teria saído de casa no período da contaminação, diz. Ele e a esposa moram um condomínio no Recreio, zona leste do Rio.
Malafaia continuou gravando de casa, com Elizete de cinegrafista, os vídeos que solta nas redes sociais com pílulas de seu pensamento. Um dos últimos: “Por que a imprensar quer destruir Bolsonaro? Aqui estão as provas”.
Até a manhã de sábado (27), não havia compartilhado estar com Covid com seus quase 8 milhões de seguidores nas redes sociais.
As informações são da Folhapress